segunda-feira, 23 de maio de 2011

Resumo- Entrevista com Beatriz Góis Dantas


Resumo sobre o Vídeo em que Beatriz Góis Dantas fala sobre o seu trabalho como pesquisadora, tendo como foco os índios em Sergipe.
Beatriz Góis Dantas começa falando um pouco da sua formação mostrando que sua graduação foi em História e Geografia onde leciona por algum tempo essas disciplinas e logo depois e especializa em Antropologia Social pela UNICAMP, se tornando prof. de Antropologia e pesquisadora, quando começam a surgir as especializações ela também vai lecionar na área de especialização em Ciências Sociais e Educação. Um fato de destaque é que mesmo depois de aposentada, Beatriz ensina no curso de Programa de Qualificação de Professores (PQP) no pólo de Lagarto, que tinha como parceiros o Governo do Estado e UFS ficando muito feliz com a experiência.
Logo depois ela fala que Sergipe sempre foi seu foco de pesquisas, se dedicando a pesquisar sobre temas diversos como folclore, religiosidade, etno história indígena e artesanato e alguns desses resultando em livros, revistas ou catálogos, como Caminhos da Alma, e um dos mais importantes livros Textos para História de Sergipe que surgiu da sua parceria com alguns colegas, principalmente do departamento de Historia, em que alguns foram seus alunos e outros professores e da sua longa pesquisa sobre os índios. Esse livro é uma espécie de resumo da vida dos indígenas Sergipanos das origens até os dias atuais, sendo esse tema surgido na sala de aula onde sempre nos debates os seus alunos perguntavam o que tinha acontecido com os índios em Sergipe e que não eram encontradas respostas para tais perguntas se tornando uma questão desafiadora e que despertava muita curiosidade. Beatriz fala que “no séc. XIX haviam 5 aldeias reconhecidas oficialmente como locais de povoações indígenas e no metade do séc. essas aldeias desaparecem e não entram mais na cogitação dos escritores da época e no final do século já diziam que Sergipe não possuía índios e sim caboclos. Foi a partir daí que Góis juntamente com seus alunos vão aos arquivos e ela critica muito a falta de iniciativa que havia naquela época entre as décadas de 60 e 70 nas Faculdades onde os estudantes pesquisadores não possuíam material nem condições favoráveis para trabalharem e só faziam isso por motivação dos próprios professores, muito diferente dos dias atuais em que os alunos recebem ajuda de custo.
Seu plano principal era escrever sobre a História das aldeias sergipanas, como elas tinham surgido e desapareceram em tão pouco tempo, através da reunião das suas fontes e através da organização do Arquivo Público, permitindo o acesso dos historiadores aos documentos, trazendo a revelação de muitos trabalhos importantes. Primeiramente escreve monografias sobre varias aldeias como Geru e Porto da Folha e depois usou essas monografias para produzir seu capitulo sobre a História dos índios em Sergipe.
Retomando o tema que já havia sido abordado por grandes historiadores como Felisbelo Freire e Feltre Bezerra que no seu livro Etnias Sergipanas introduz fontes novas como os relatórios dos Presidentes das Províncias, mas que não se especificavam e que foi o que Beatriz teve o intuito de mudar, usando o índio como foco e objeto de estudos.
De certa maneira se conseguiu desvendar aquele mistério acerca do que havia ocorrido com as aldeias indígenas, explicando que isso havia acontecido pela ganância dos fazendeiros que em parceria com os governantes declaram a partir da metade do sec. XIX que não existiam mais índios e sim caboclos em Sergipe esquivando-os e proibindo o acesso a terras por esses povos. Somente a partir da segunda metade do século XX, na década de 70, os índios juntamente com a FUNAI, conseguiram provar sua identidade e resgatar o que restou das suas terras.
 Uma outra vertente acerca das ferramentas de pesquisa, que uma parte usa documentos para se contar uma determinada história, já outra parte tem o próprio documento como objeto de estudo e de trabalho. Em sua opinião Beatriz fala que o trabalho de pesquisador é um trabalho ingrato e árduo, pois exige muito despenho de tempo e dedicação e na maioria, esses trabalhos não soa publicados e que o seu livro só foi publicado porque ela teve sorte em ter seu trabalho tido como importante. Rio sem história: leitura sobre o São Francisco, Caminhos da Alma, Atlas