sábado, 23 de abril de 2011

Relatório sobre Tomar do Gerú

Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro
ÁS 15:30 horas, chegamos à Cidade Tomar de Gerú localizada após Cristinápolis,fazendo divisa com a Bahia.
Devido a obras no local, o ônibus parou ao início da cidade forçando-nos a andar alguns minutos até a praça Central, onde estava localizada a Igreja Nossa Senhora  do Perpétuo Socorro, que foi o nosso foco de estudo naquela Cidade.
Nesta Igreja participamos de uma atividade dinâmica, sendo escolhidos 3 grupos ainda no ônibus. Essa atividade se tratava em um quebra-cabeça onde tínhamos que encontrar a imagem que nos foi passada na Igreja, observando seus detalhes, além de observar a arquitetura e o que mais chamou a atenção de cada um.
Também houve a apresentação do Seminário sobre Tomar de Gerú que foi elaborado pelos próprios alunos. Primeiramente nos foi apresentada a cultura do lugar dolo lugar, suas tradições como a festa do Carro de boi, a plantação de laranja e capim são uma das fontes de renda da Cidade, além de bordados e esculturas feitas em pedra e argila. Uma tradição muito forte é uma espécie de penitência em que à época da quaresma os homens se cortam com vidro e lavam o ferimento com cachaça, também produzida no local. No dia 8 de Agosto também acontece festa em homenagem a padroeira, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
Logo após, nos é explicado um pouco sobre a vinda dos jesuítas a Sergipe, explicitando que o terreno da Igreja pertencia anteriormente às Carmelitas depois sendo vendido aqueles jesuitas. A cidade recebeu muitos nomes até chegar a sua denominação atual, sendo denominada inicialmente de aldeia Tomar do Gerú, depois missão Nossa Senhora do Socorro. Quando o Governo do Marquês de Pombal transforma a missão em Vila, com a expulsão dos jesuítas em 1758, passa a ser chamada de Nova Távora; aparecendo a esse período a plantação de cana-de-açúcar, causando um êxodo dos índios, que viam isso como uma ameaça, mesmo esses tivessem recebido vários títulos como juízes, continuavam a viver com precariedade.
Os jesuítas chegam a Tomar do Gerú com o intuito de catequização e por se tratar de local estratégico como rota de fuga. Os Kiriri eram os povos que predominantemente habitavam a região pelo fato de os Tupinambá predominassem o litoral Sergipano. A influência dos jesuítas no local foi bem expressiva, uma vez que em apenas dois anos os Kiriri já estavam, a maioria com exceção de vinte, batizados.
A arquitetura da Igreja teve como objetivo principal a catequização, uma vez que é um local que transmite aconchego, além de as imagens serem bem representativas, algumas com a própria face dos índios, sendo isso uma forma de mostrar a importância da conversão dos índios devido ao grande valor da fé católica na vida destes. Há também no centro da Igreja, ao teto um objeto com o formato de sol, símbolo da Companhia de Jesus em que está escrito a frase: “ Iexus Hominus Salvatorius”, significando Jesus- homem salvador, possuindo vários raios que representam as missões e disseminação da fé católica.
Por ultimo é apresentada a importância do bem cultural que é a Igreja Nossa Senhora do Socorro em Tomar do Gerú, e que a comunidade deve preservá-la, pois esse bem contribui para a perpetuação da histórica do local, além do resgate de identidade patrimonial. Uma dessas iniciativas se faz presente com a FUNAI e a UNAI que juntamente com a comunidade trabalha para que a cultura dos Kiriri não seja perdida e si resgatada, tentando passar para as pessoas a importância da preservação dessa cultura e de se manter a tradição que será repassada às próximas gerações.

O que mais me chamou atenção
Chegando lá, nos deparamos, externamente com uma Igreja simples, com uma cruz centralmente acima, representando o Cristianismo e a missão instalada ali; possuindo três janelas acima, uma porta grande central e poucos detalhes arquitetônicos, nos passando sobriedade.
Ao entrarmos, mudamos totalmente a visão de Igreja simples que vimos externamente. Possuindo um grande altar, rico em detalhes, sendo o ouro predominantemente utilizado. Ainda na entrada, a riqueza e o tamanho da Igreja nos passa uma sensação  de inferioridade, mostrando que Deus é superior e grande, representando uma das características barrocas.
A Igreja possui muitas características da arte barroca, sendo explicitada pelo fato de seus detalhes serem compostos por folhas e frutas, como exemplo a uva, simbolizando a perecidade da vida. O altar possui em seu centro, vários andares, sendo um ocupado por Jesus Cristo na cruz, e no último andar, Nossa Senhora do Perpétuo socorro, coberta por lenços roxos devido à Semana Santa, como se estivesse representando  os estágios de chegada ao céu; logo acima, ainda no altar central, 2 anjinhos vestidos de guardiões seguram uma cortina, representando a entrada do céu . A Igreja também possui dos altares secundários, também ricos em detalhes com ouro, um à esquerda ocupado por São Francisco Xavier e outro à direita, ocupado por Santo Inácio de Loyola, e dois anjinhos abaixo, como se estivessem sustentando-os. O Teto e o piso foram produzidos em madeira.


Conclusão: A cultura dos Kiriris foi sendo paulatinamente perdida, através de várias estratégias elaboradas pelos jesuítas, sendo quase que totalmente substituída pela cultura européia.

Críticas: Diferentemente da Fazenda-Colégio Tejupeba, a Igreja e Tomar do Gerú  está sendo preservada, oferecendo acessibilidade e conforto aos visitantes, ficando explícito que se o local não estivesse sendo utilizado pela comunidade, ou seja, tivesse perdido sua funcionalidade ela não estava sendo preservada.

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